
O marasmo tomava conta de seu corpo cansado de ficar estirado naquele colchão desde a noite anterior. O relógio marcava 15:30 , e ela não sabia dizer o que a mantinha presa ali, naquela angústia, naquele sufoco. - E o que a sufocava? - perguntavam pessoas próximas. Ela dizia não saber. Não sabia admitir. Se passou um minuto, o relógio marcava agora 15:31. Foi aí que aconteceu. Ela se levantou. Lavou os pratos que traziam resto de comida a sua volta e também as peças íntimas que momentos antes estavam espalhadas pelo quarto. E se despiu. E naquele momento, não se despia apenas de roupas pesadas e suadas, mas também de todo aquele sentimento que a incomodava. Ligou o chuveiro. Sentiu a água passar por cada canto daquele corpo. E ia se despindo mais e mais, agora dos restos que estavam agarrados. Queria se amar e se amar. Dançou ao som da música que, através de um aparelho preenchia o lugar. Se sentiu leve, solta... Desligou o chuveiro. Pegou a toalha. E enquanto secava a superfície de ser corpo agora livre daquelas impurezas, pensou - E lá dentro? Como se faz pra mandar tudo pelo ralo?
Adoreiiii!!!
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